sábado, 7 de junho de 2008

O único perigo para os que voam é o chão



Lembro das noites em que eu fiquei acordado a noite lendo um livro e divagando sobre minhas inquietações espirituais, perto de amanhecer quando o sol já começava a mudar a cor do céu, eu era subitamente tomado por uma espécie de altruísmo, pensando o quanto eu era feliz por ter pessoas que eu realmente gostava e que tinha plena consciência de que gostavam de mim, eu subia em cima de minha casa (literalmente) e pensava o quão maravilhosa e bela é a vida. Um sentimento tão poderoso que chegava a me deixar inebriado de tanto entusiasmo, uma euforia tamanha que praticamente me obrigava a procurar alguém para compartilhar, como não tinha namorada na época, eu ia em casa dos meus amigos (vale salientar que era muito cedo umas “4h45″ ou algo assim) que sempre me recebiam com perguntas de menor importância, como: -Tá doido!?! P@#*&?? ou -Que horas são?!?! E eu tentava convencê-los a ir à praia ou debater minhas idéias, mesmo enfrentando resistência conseguia meus objetivos e íamos a praia à pé (uns 5 ou 7 quilômetros!!!XD) ou debatíamos as minhas conclusões, confrontando-as com as dos participantes do debate. Era sentimento realmente poderoso, algo impossível de descrever com meu vocabulário e criatividade, eu estava vivo e minha mente estava a mil, tinha várias idéias ao mesmo tempo e todas elas me pareciam incríveis. Em meio a esse frenesi eu achei muitas verdades que reluziam a minha frente refletindo a chama que tomava conta de mim, por diversas vezes achei ter encontrado a verdade absoluta, mas essa sempre era ofuscada ou modificada pelo próximo arrebatamento.

Eu só voltava ao normal geralmente à tarde, me sentindo meio idiota, mas ao mesmo tempo pensando: -”Que se f*#@!!!

Vi um filme sobre distúrbio bipolar, fiquei pensando que estava doente e preocupado acabei amadurecendo um pouco, parei de sentir aquilo e hoje sinto falta.

Esse post é uma ampliação de um comentário fiz no 1001gatos.

Abraços a todos

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